quarta-feira, 4 de maio de 2011

O Ouro dos Alquimistas

Apesar do profundo descrédito em que caiu desde o século XVIII, a alquimia não perdeu o privilégio de curiosidade e seduzir a imaginação.


O Ouro dos Alquimistas

Por asceta33
Os Alquimistas


São descritos como aqueles indivíduos que, através de complicadas operações alquímicas, transmutavam metais inferiores em Ouro  e prata. 


O propósito fundamental da alquimia era produzir ou encontrar a Pedra Filosofal, mais conhecida como elixir da longa vida, pó de projeção e tintura, e também referenciada como a antiqüíssima, a secreta ou desconhecida, natural, incompreensível, celestial, abençoada, e Sagrada Pedra dos Sábios, e, ainda, distinguida com outras denominações.


 A prova da posse da Pedra Filosofal era a capacidade do alquimista em transformar um metal grosseiro em ouro ou prata, ou seja, criar o ouro e a prata por meios artificiais. 


A transmutação de um metal qualquer em ouro ou prata era visto como marca de sucesso, mas o poder transformador residia na Pedra Filosofal, propriamente dita, que era o verdadeiro agente da transmutação material.


A grande arte do alquimista era, portanto, ativar um processo que transformaria uma primeira substância ou matéria-prima na Pedra Filosofal, e com a sua posse estaria apto a realizar a Magnum Opus [Grande Obra]. 


A tradição alquímica e a metalurgia sagrada estão repletas de exemplos e de explicações sobre as conquistas desses feitos gloriosos, contudo, o segredo da arte transmutatória jamais foi revelado publicamente. 


Sem sombras de dúvidas, os alquimistas que descobriram ou conheceram a famosa Pedra foram unânimes em guardar o segredo da chave iniciática com o selo do silêncio, e os muitos textos que foram escritos estavam [e ainda estão] permeados de contradições e termos obscuros, quando não repletos de declarações enigmáticas, enloquecedoras referências e segredos irreveláveis, ao que parece, para levar os adeptos a um grau mais além, ou para confundir totalmente àqueles que estavam abaixo do nível para o qual o texto foi escrito. 


Observe a fundamentação exposta por Michel Sendivogius, um dos que, sabidamente, realizou a Grande Obra: “É pedra e não é pedra; é chamada pedra por sua semelhança; primeiramente, porque seu minério é verdadeiramente pedra no princípio, quando é tirada das cavernas da terra: é matéria dura e seca que pode reduzir-se a pequenas partes e que se pode esmagar à maneira de uma pedra. 


Segundo que, depois da destruição de sua forma, que não é senão enxofre fétido, que é preciso antes tirar-lhe e, depois da destruição destas partes, que haviam sido composta e unidas pela natureza, é necessário reduzi-la a uma essência única, cozendo-a docemente segundo a natureza em uma pedra incombustível, resistente ao fogo e fusível como cera; o que ela não pode fazer senão retornando à sua universidade” [Michel Sendivogius, in A Nova Luz Química].


Assim, a Pedra Filosofal, nunca teve a sua verdadeira natureza revelada por nenhum dos alquimistas. 


Ela foi descrita como sendo a verdade, mais certa do que a própria certeza; o arcano de todos os arcanos; a virtude e eficácia divinas, que são ocultas dos tolos; a meta e o fim de todas as coisas sob o céu; o maravilhoso epílogo de conclusão de todos os labores dos sábios; a essência perfeita de todos os elementos; o corpo indestrutível que nenhum elemento pode ferir; a quintessência; o duplo e o vivo mercúrio que tem em si próprio o espírito celestial; a cura para todos os metais defeituosos e imperfeitos; a luz perpétua; a panacéia para todas as doenças; a gloriosa Fênix; o mais precioso de todos os tesouros; e o principal bem da Natureza, dentre outros qualificativos. 


O seu poder não era somente de ser um agente de transformação nos reinos físicos, mas também no reino espiritual, e o ouro produzido era mais que um simples metal, era, em verdade, um princípio filosófico: um poder que o verdadeiro Alquimista reconhecia e procurava representar como matéria-prima da sua arte.

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